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É possível formalizar o marketing de indicação?

O marketing de indicação é específico para cada marca e cada mercado. Mas há alguns frameworks que podemos consultar. Saiba mais.
É possível formalizar o marketing de indicação?
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É possível formalizar o marketing de indicação?

O marketing de indicação é específico para cada marca e cada mercado. Mas há alguns frameworks que podemos consultar. Saiba mais.
É possível formalizar o marketing de indicação?

O marketing de indicação simplesmente acontece. 

Se você tem um bom produto, tem um bom preço, boas condições de pagamento, ótimo atendimento e suporte pós-vendas, você vai perceber que uma boa parcela das suas vendas vêm de indicação. 

Inclusive, isso é até medido. Segundo uma pesquisa da DemandSage, cerca de 65% dos novos clientes de uma empresa vêm por indicação. 

E segundo essa mesma pesquisa, empresas que passam a investir em campanhas marketing de indicação têm crescimento de até 86% no faturamento. 

A pergunta que fica é simples: se as vantagens são tão grandes, porque não vemos mais empresas formalizando seus sistemas de indicação? 

A resposta também é simples: porque, na maioria dos casos, é difícil saber como formalizar esse processo, e como realmente fazer o marketing de indicação. 

No texto de hoje vamos solucionar esse problema. Começando por entendê-lo melhor. Acompanhe: 

As dificuldades de formalizar o marketing de indicação

O marketing de indicação não é simples de formalizar por algumas características específicas que ele tem. 

Cada departamento de marketing vai ter questões bem específicas, aliás. Essa é uma tecla que não cansamos de bater aqui no blog: todo marketing é específico. 

A questão é que o marketing de indicação vem com especificidades ainda maiores. 

Ele é específico porque está relacionado não com como a marca se comunica, mas como ela é pelos seus clientes. 

Um exemplo rápido: a ideia original do Carrefour, e que ainda é aplicada até hoje, é a clássica dos supermercados — estar presente no local de mais fácil acesso possível para seus clientes, e com o maior fluxo de pessoas.  

É daí, inclusive, que vem o nome. Carrefour em francês é encruzilhada. 

Porém, com a sua globalização, cada Carrefour aberto em cada cidade no mundo é percebido de uma forma diferente pelos seus clientes. 

Um pode recomendar o Carrefour para a sua família porque ele tem produtos que outros supermercados não têm. Ou oferece parcelamento em 12 vezes sem juros. Ou faz entregas agendadas. 

Vamos conversar um pouco mais sobre a especificidade do marketing de indicação nos próximos itens. Acompanhe:

1. A percepção da marca está fora do controle direto

O primeiro desafio do marketing de indicação é que ele depende de algo que nenhuma marca controla completamente: a percepção dos seus clientes.

Diferente de campanhas de mídia paga ou ações de branding, aqui o que conta é o que o cliente sente, diz e repete sobre a marca. 

Se a experiência de compra, o atendimento ou o produto falham em algum ponto, a confiança se quebra — e a indicação desaparece.

Por isso, formalizar o marketing de indicação exige um olhar que vá além do marketing: é preciso alinhar experiência, produto e reputação em uma mesma estratégia.

2. A experiência do cliente é o próprio funil

Enquanto em outros modelos de aquisição há campanhas, anúncios e automações, no marketing de indicação o funil está embutido na experiência.

Inclusive, publicamos um texto recentemente sobre o Dark Funnel que expande bastante essa ideia. Acesse abaixo: 

➡️ O que é Dark Funnel? Como impactar a jornada oculta no B2B

Cada ponto de contato com o cliente pode ser um gatilho de indicação — uma entrega bem feita, um suporte eficiente, uma resolução rápida de problema.

Isso significa que o marketing de indicação não se estrutura com base em peças publicitárias, mas em processos internos. É o tipo de marketing que nasce da operação.

3. A recompensa precisa fazer sentido para ambos os lados

Programas de indicação que funcionam bem têm algo em comum: beneficiam tanto quem indica quanto quem é indicado.

Mas definir essa recompensa não é trivial. Se o incentivo é muito baixo, não motiva. Se é alto demais, atrai indicações artificiais.

A formalização passa, portanto, por entender a psicologia da recompensa: o que gera entusiasmo suficiente para que o cliente se torne promotor espontâneo da marca — sem distorcer o valor do produto ou serviço.

4. As ferramentas ainda são subutilizadas

Mesmo com o crescimento de plataformas de indicação e softwares de automação, a maioria das empresas ainda gerencia esse tipo de marketing manualmente.

Planilhas, códigos de desconto e links genéricos continuam sendo a norma. Isso limita o acompanhamento de métricas como LTV de clientes indicados, taxa de recompra ou ROI do programa.

Formalizar o marketing de indicação passa também por integrar dados de CRM e automação, transformando o que antes era “boca a boca” em um canal rastreável e escalável.

5. A confiança é o ativo central — e o mais frágil

Nenhum outro tipo de marketing depende tanto da confiança quanto o de indicação.

Uma marca pode ter campanhas ótimas e presença digital forte, mas se um cliente indicar e o indicado tiver uma experiência ruim, ambos os relacionamentos são comprometidos.

A formalização exige, portanto, não só processos e incentivos, mas uma cultura de coerência: promessa e entrega precisam se encontrar todas as vezes.

Então, entendemos que o marketing de indicação tem características bastante específicas, tanto relacionadas à forma com que seu cliente compra de você, quanto às ditadas pelo perfil deles. 

Mas ainda assim, um esforço na direção da formalização precisa ser feito. No tópico abaixo, vamos acompanhar alguns exemplos de ações que compõem a metodologia do marketing de indicação. 

Acompanhe: 

Em busca de metodologias para o marketing de indicação 

O marketing de indicação, para ser formalizado, precisa acima de tudo da aplicação de metodologias práticas de ação. 

Aqui já conversamos sobre as dificuldades de encontrar essa formalização no marketing de indicação, mas também sobre a necessidade de sempre, sempre tentar. 

A forma de tentar é aplicando métodos, e esses métodos são muito parecidos com ações práticas. 

A diferença é que cada uma dessas ações — por exemplo, criar um programa de fidelidade — vem com outras ações menores dentro. Por isso chamamos de metodologias. 

Separamos aqui 5 exemplos para você se inspirar. A ideia é que você conheça como eles funcionam e, enquanto lê, insira a realidade da sua marca na situação. 

Assim, fica mais fácil tanto perceber como a realidade muda com as informações e especificidades do seu negócio quanto colocar em prática alguma das ações que vamos sugerir. 

Acompanhe logo abaixo: 

1. Programa de Indicação Direta

É o método mais conhecido e replicável. Baseia-se em criar um sistema no qual cada cliente recebe um link, código ou cupom exclusivo para compartilhar com amigos, colegas ou familiares.

Cada conversão é rastreada automaticamente, e quem indica recebe uma recompensa proporcional — financeira, promocional ou simbólica.

A aplicação formal desse modelo segue um ciclo padronizado:

  • Definição do objetivo: aquisição, fidelização ou reativação.
  • Seleção do público promotor: clientes satisfeitos e com alto NPS.
  • Criação do incentivo: desconto, cashback, brinde ou upgrade.
  • Distribuição de links ou cupons exclusivos.
  • Acompanhamento por CRM ou automação de marketing (HubSpot, ActiveCampaign, ReferralCandy etc.).

Empresas como Nubank e Dropbox se expandiram com base exatamente nesse formato — rastreável, previsível e escalável.

2. Framework de Advocacy de Marca

O foco aqui é tornar o cliente um defensor ativo, e não apenas um participante de promoções.

O framework de advocacy se estrutura sobre reconhecimento e engajamento: identificar defensores, aproximá-los da marca e recompensar suas ações com exclusividade e status.

A aplicação prática inclui:

  • Identificar promotores espontâneos e engajados.
  • Criar experiências e conteúdos exclusivos (bastidores, lançamentos antecipados).
  • Reconhecer publicamente quem defende a marca (mural, ranking, destaque em redes sociais).
  • Recompensar com benefícios simbólicos e personalizados.

Ferramentas como Influitive e Zuberance ajudam a gerir esse processo. A vantagem é que ele cria promotores fiéis por convicção, não apenas por recompensa.

3. Modelo Híbrido de Indicação e Fidelidade

Essa metodologia une dois sistemas em um só: indicação + fidelidade.

Cada nova indicação gera pontos ou benefícios que podem ser trocados por produtos, upgrades ou descontos — e o cliente fidelizado é estimulado a continuar indicando.

A estrutura formal funciona assim:

  • Integrar o sistema de pontos com o CRM.
  • Definir o peso de cada ação (compra, indicação, recompra).
  • Estabelecer um catálogo de recompensas.
  • Divulgar as regras de forma transparente.
  • Medir LTV e taxa de recompra de clientes indicados.

Marcas como Sephora, Hering e Starbucks aplicam esse modelo para gerar engajamento recorrente e reduzir o custo de aquisição.

4. Sistema de Parcerias de Indicação (Referral Partnerships)

Voltado para o mercado B2B, esse método formaliza indicações entre empresas com públicos complementares.

Em vez de clientes, quem indica são parceiros comerciais — integradores, distribuidores, consultorias, representantes.

O método formal envolve:

  • Identificar parceiros com sinergia de público.
  • Firmar acordos claros (percentual, comissão, volume mínimo)
  • Padronizar o fluxo de indicações via CRM.
  • Garantir acompanhamento de performance conjunta.

O resultado é uma rede de crescimento sustentável e de baixo custo de aquisição, comum em setores como tecnologia, finanças e educação.

5. Programa de Embaixadores (Brand Ambassador Program)

Trata-se da forma mais relacional e contínua de marketing de indicação.

O programa de embaixadores seleciona clientes, influenciadores ou especialistas que representem os valores da marca e tenham legitimidade para recomendá-la em suas redes.

Formalmente, ele segue etapas bem definidas:

  • Seleção criteriosa de embaixadores (afinidade, reputação, público-alvo).
  • Criação de benefícios de longo prazo (comissões, produtos, eventos, mentorias).
  • Estabelecimento de metas mensais de indicação e engajamento.
  • Acompanhamento e reconhecimento público dos resultados.

Empresas como Lululemon, Red Bull e Apple estruturaram comunidades de embaixadores que combinam performance e construção de marca.

A verdade é que trabalhar com o marketing de indicação é algo muito específico, e cada marca vai ter sua forma de trabalhar. 

Se ela é online, as diferenças em relação a lojas físicas vai ser clara, e os canais também vão ser bem diferentes. 

Vamos analisar agora justamente essa diferenciação, no último tópico aqui do texto. Acompanhe: 

As diferenças na aplicação do marketing de indicação por mercado 

Pense, por exemplo, em um e-commerce. Ele tem um sistema de marketing de indicação muito diferente de uma empresa que vende serviços. 

Da mesma forma, duas empresas que vendem serviços podem ser tão ou até mais diferentes. Por exemplo: uma empresa de serviços locais e uma empresa SaaS. 

O marketing de indicação tem como principal diferenciador o mercado e o segmento que a marca está inserida. 

Para deixar isso mais claro, vamos pensar em 5 segmentos logo abaixo, e entender como as estratégias de marketing de indicação costumam funcionar em cada um. 

Acompanhe: 

1. E-commerce: incentivo imediato e recompra

No e-commerce, o marketing de indicação funciona como uma extensão natural do funil de vendas.

A experiência é transacional, rápida e fácil de mensurar, o que permite que cada indicação gere um benefício direto e imediato — geralmente um cupom de desconto ou cashback.
A lógica é simples: quem indica recebe, quem é indicado também.

Plataformas como Shopify e Nuvemshop já oferecem módulos de indicação nativos, e o impacto costuma aparecer em dois indicadores principais — aumento de conversão e taxa de recompra.

O segredo aqui é a rapidez do incentivo: quanto mais curta a jornada, maior a eficácia.

2. Serviços locais: reputação e confiança pessoal

Em serviços locais — como academias, clínicas, escolas de idiomas e restaurantes — o poder da recomendação é mais emocional que promocional.

As pessoas indicam porque confiam e porque tiveram uma experiência direta positiva.

Nesse tipo de negócio, programas de indicação precisam valorizar o relacionamento, e não apenas o desconto.

Recompensas simbólicas (como brindes personalizados ou upgrades de serviço) funcionam melhor que incentivos financeiros, porque reforçam o vínculo comunitário e o prestígio social.
Aqui, o diferencial é a proximidade: a recomendação acontece entre pessoas que se conhecem pessoalmente.

3. Serviços SaaS: integração e escalabilidade

Empresas SaaS tratam o marketing de indicação como canal de aquisição previsível.
Por serem negócios digitais e recorrentes, o foco está em integrar o programa ao produto — como acontece com Notion, Canva e HubSpot.

O cliente já dentro da plataforma pode indicar novos usuários com um clique, gerando trials, upgrades ou créditos.

O ponto central é o acompanhamento via dados: cada indicação pode ser monitorada por ID de usuário, reduzindo fraude e otimizando campanhas.

Além disso, o modelo SaaS permite testar incentivos diferentes e ajustar automaticamente o ROI do programa.

4. Mercado B2B: parcerias e indicação profissional

No B2B, o marketing de indicação assume um formato mais formal — o de Referral Partnership.

Aqui, quem indica normalmente é outro negócio, fornecedor ou consultor que confia na marca.

O incentivo é financeiro ou estratégico (comissões, revenue share, cross-selling).

A grande diferença é o tempo de maturação: uma indicação pode demorar meses até virar contrato, o que exige CRM integrado, registro de leads e validação de pipeline.

O resultado, porém, tende a ser de altíssimo valor — porque leads indicados por parceiros convertem melhor e têm maior lifetime value.

5. Educação e escolas: comunidade como canal

Em instituições de ensino, o marketing de indicação é um dos canais mais poderosos e subutilizados.

Pais, responsáveis e ex-alunos formam redes naturalmente propensas à recomendação, mas poucas escolas formalizam esse comportamento.

Programas de indicação no setor educacional devem equilibrar ética e incentivo: oferecer benefícios que valorizem a comunidade, sem parecer compra de matrículas.

Exemplos incluem descontos progressivos por indicação, bônus em materiais didáticos ou reconhecimento público em eventos escolares.

O objetivo é criar uma rede orgânica de promotores, transformando a confiança da comunidade em estratégia de crescimento sustentável.

O marketing de indicação é um trabalho conjunto. O primeiro passo é entender de onde elas já estão vindo. E os próximos vão estar relacionados com como amplificar o que já está acontecendo. 

Isso é praxe no marketing. Tudo no marketing é assim. As indicações nos ajudam até a entender que nós, as marcas e agências, não estamos no controle. Os consumidores estão. 

Obrigado pela leitura e espero que esse texto te ajude a entender a realidade de indicações aí da sua marca. E acesse nossos cases para entender como colocamos essas ações, e mais várias outras, para funcionar. 

Escrito por:
André Bonanomi
CRO

O marketing de indicação simplesmente acontece. 

Se você tem um bom produto, tem um bom preço, boas condições de pagamento, ótimo atendimento e suporte pós-vendas, você vai perceber que uma boa parcela das suas vendas vêm de indicação. 

Inclusive, isso é até medido. Segundo uma pesquisa da DemandSage, cerca de 65% dos novos clientes de uma empresa vêm por indicação. 

E segundo essa mesma pesquisa, empresas que passam a investir em campanhas marketing de indicação têm crescimento de até 86% no faturamento. 

A pergunta que fica é simples: se as vantagens são tão grandes, porque não vemos mais empresas formalizando seus sistemas de indicação? 

A resposta também é simples: porque, na maioria dos casos, é difícil saber como formalizar esse processo, e como realmente fazer o marketing de indicação. 

No texto de hoje vamos solucionar esse problema. Começando por entendê-lo melhor. Acompanhe: 

As dificuldades de formalizar o marketing de indicação

O marketing de indicação não é simples de formalizar por algumas características específicas que ele tem. 

Cada departamento de marketing vai ter questões bem específicas, aliás. Essa é uma tecla que não cansamos de bater aqui no blog: todo marketing é específico. 

A questão é que o marketing de indicação vem com especificidades ainda maiores. 

Ele é específico porque está relacionado não com como a marca se comunica, mas como ela é pelos seus clientes. 

Um exemplo rápido: a ideia original do Carrefour, e que ainda é aplicada até hoje, é a clássica dos supermercados — estar presente no local de mais fácil acesso possível para seus clientes, e com o maior fluxo de pessoas.  

É daí, inclusive, que vem o nome. Carrefour em francês é encruzilhada. 

Porém, com a sua globalização, cada Carrefour aberto em cada cidade no mundo é percebido de uma forma diferente pelos seus clientes. 

Um pode recomendar o Carrefour para a sua família porque ele tem produtos que outros supermercados não têm. Ou oferece parcelamento em 12 vezes sem juros. Ou faz entregas agendadas. 

Vamos conversar um pouco mais sobre a especificidade do marketing de indicação nos próximos itens. Acompanhe:

1. A percepção da marca está fora do controle direto

O primeiro desafio do marketing de indicação é que ele depende de algo que nenhuma marca controla completamente: a percepção dos seus clientes.

Diferente de campanhas de mídia paga ou ações de branding, aqui o que conta é o que o cliente sente, diz e repete sobre a marca. 

Se a experiência de compra, o atendimento ou o produto falham em algum ponto, a confiança se quebra — e a indicação desaparece.

Por isso, formalizar o marketing de indicação exige um olhar que vá além do marketing: é preciso alinhar experiência, produto e reputação em uma mesma estratégia.

2. A experiência do cliente é o próprio funil

Enquanto em outros modelos de aquisição há campanhas, anúncios e automações, no marketing de indicação o funil está embutido na experiência.

Inclusive, publicamos um texto recentemente sobre o Dark Funnel que expande bastante essa ideia. Acesse abaixo: 

➡️ O que é Dark Funnel? Como impactar a jornada oculta no B2B

Cada ponto de contato com o cliente pode ser um gatilho de indicação — uma entrega bem feita, um suporte eficiente, uma resolução rápida de problema.

Isso significa que o marketing de indicação não se estrutura com base em peças publicitárias, mas em processos internos. É o tipo de marketing que nasce da operação.

3. A recompensa precisa fazer sentido para ambos os lados

Programas de indicação que funcionam bem têm algo em comum: beneficiam tanto quem indica quanto quem é indicado.

Mas definir essa recompensa não é trivial. Se o incentivo é muito baixo, não motiva. Se é alto demais, atrai indicações artificiais.

A formalização passa, portanto, por entender a psicologia da recompensa: o que gera entusiasmo suficiente para que o cliente se torne promotor espontâneo da marca — sem distorcer o valor do produto ou serviço.

4. As ferramentas ainda são subutilizadas

Mesmo com o crescimento de plataformas de indicação e softwares de automação, a maioria das empresas ainda gerencia esse tipo de marketing manualmente.

Planilhas, códigos de desconto e links genéricos continuam sendo a norma. Isso limita o acompanhamento de métricas como LTV de clientes indicados, taxa de recompra ou ROI do programa.

Formalizar o marketing de indicação passa também por integrar dados de CRM e automação, transformando o que antes era “boca a boca” em um canal rastreável e escalável.

5. A confiança é o ativo central — e o mais frágil

Nenhum outro tipo de marketing depende tanto da confiança quanto o de indicação.

Uma marca pode ter campanhas ótimas e presença digital forte, mas se um cliente indicar e o indicado tiver uma experiência ruim, ambos os relacionamentos são comprometidos.

A formalização exige, portanto, não só processos e incentivos, mas uma cultura de coerência: promessa e entrega precisam se encontrar todas as vezes.

Então, entendemos que o marketing de indicação tem características bastante específicas, tanto relacionadas à forma com que seu cliente compra de você, quanto às ditadas pelo perfil deles. 

Mas ainda assim, um esforço na direção da formalização precisa ser feito. No tópico abaixo, vamos acompanhar alguns exemplos de ações que compõem a metodologia do marketing de indicação. 

Acompanhe: 

Em busca de metodologias para o marketing de indicação 

O marketing de indicação, para ser formalizado, precisa acima de tudo da aplicação de metodologias práticas de ação. 

Aqui já conversamos sobre as dificuldades de encontrar essa formalização no marketing de indicação, mas também sobre a necessidade de sempre, sempre tentar. 

A forma de tentar é aplicando métodos, e esses métodos são muito parecidos com ações práticas. 

A diferença é que cada uma dessas ações — por exemplo, criar um programa de fidelidade — vem com outras ações menores dentro. Por isso chamamos de metodologias. 

Separamos aqui 5 exemplos para você se inspirar. A ideia é que você conheça como eles funcionam e, enquanto lê, insira a realidade da sua marca na situação. 

Assim, fica mais fácil tanto perceber como a realidade muda com as informações e especificidades do seu negócio quanto colocar em prática alguma das ações que vamos sugerir. 

Acompanhe logo abaixo: 

1. Programa de Indicação Direta

É o método mais conhecido e replicável. Baseia-se em criar um sistema no qual cada cliente recebe um link, código ou cupom exclusivo para compartilhar com amigos, colegas ou familiares.

Cada conversão é rastreada automaticamente, e quem indica recebe uma recompensa proporcional — financeira, promocional ou simbólica.

A aplicação formal desse modelo segue um ciclo padronizado:

  • Definição do objetivo: aquisição, fidelização ou reativação.
  • Seleção do público promotor: clientes satisfeitos e com alto NPS.
  • Criação do incentivo: desconto, cashback, brinde ou upgrade.
  • Distribuição de links ou cupons exclusivos.
  • Acompanhamento por CRM ou automação de marketing (HubSpot, ActiveCampaign, ReferralCandy etc.).

Empresas como Nubank e Dropbox se expandiram com base exatamente nesse formato — rastreável, previsível e escalável.

2. Framework de Advocacy de Marca

O foco aqui é tornar o cliente um defensor ativo, e não apenas um participante de promoções.

O framework de advocacy se estrutura sobre reconhecimento e engajamento: identificar defensores, aproximá-los da marca e recompensar suas ações com exclusividade e status.

A aplicação prática inclui:

  • Identificar promotores espontâneos e engajados.
  • Criar experiências e conteúdos exclusivos (bastidores, lançamentos antecipados).
  • Reconhecer publicamente quem defende a marca (mural, ranking, destaque em redes sociais).
  • Recompensar com benefícios simbólicos e personalizados.

Ferramentas como Influitive e Zuberance ajudam a gerir esse processo. A vantagem é que ele cria promotores fiéis por convicção, não apenas por recompensa.

3. Modelo Híbrido de Indicação e Fidelidade

Essa metodologia une dois sistemas em um só: indicação + fidelidade.

Cada nova indicação gera pontos ou benefícios que podem ser trocados por produtos, upgrades ou descontos — e o cliente fidelizado é estimulado a continuar indicando.

A estrutura formal funciona assim:

  • Integrar o sistema de pontos com o CRM.
  • Definir o peso de cada ação (compra, indicação, recompra).
  • Estabelecer um catálogo de recompensas.
  • Divulgar as regras de forma transparente.
  • Medir LTV e taxa de recompra de clientes indicados.

Marcas como Sephora, Hering e Starbucks aplicam esse modelo para gerar engajamento recorrente e reduzir o custo de aquisição.

4. Sistema de Parcerias de Indicação (Referral Partnerships)

Voltado para o mercado B2B, esse método formaliza indicações entre empresas com públicos complementares.

Em vez de clientes, quem indica são parceiros comerciais — integradores, distribuidores, consultorias, representantes.

O método formal envolve:

  • Identificar parceiros com sinergia de público.
  • Firmar acordos claros (percentual, comissão, volume mínimo)
  • Padronizar o fluxo de indicações via CRM.
  • Garantir acompanhamento de performance conjunta.

O resultado é uma rede de crescimento sustentável e de baixo custo de aquisição, comum em setores como tecnologia, finanças e educação.

5. Programa de Embaixadores (Brand Ambassador Program)

Trata-se da forma mais relacional e contínua de marketing de indicação.

O programa de embaixadores seleciona clientes, influenciadores ou especialistas que representem os valores da marca e tenham legitimidade para recomendá-la em suas redes.

Formalmente, ele segue etapas bem definidas:

  • Seleção criteriosa de embaixadores (afinidade, reputação, público-alvo).
  • Criação de benefícios de longo prazo (comissões, produtos, eventos, mentorias).
  • Estabelecimento de metas mensais de indicação e engajamento.
  • Acompanhamento e reconhecimento público dos resultados.

Empresas como Lululemon, Red Bull e Apple estruturaram comunidades de embaixadores que combinam performance e construção de marca.

A verdade é que trabalhar com o marketing de indicação é algo muito específico, e cada marca vai ter sua forma de trabalhar. 

Se ela é online, as diferenças em relação a lojas físicas vai ser clara, e os canais também vão ser bem diferentes. 

Vamos analisar agora justamente essa diferenciação, no último tópico aqui do texto. Acompanhe: 

As diferenças na aplicação do marketing de indicação por mercado 

Pense, por exemplo, em um e-commerce. Ele tem um sistema de marketing de indicação muito diferente de uma empresa que vende serviços. 

Da mesma forma, duas empresas que vendem serviços podem ser tão ou até mais diferentes. Por exemplo: uma empresa de serviços locais e uma empresa SaaS. 

O marketing de indicação tem como principal diferenciador o mercado e o segmento que a marca está inserida. 

Para deixar isso mais claro, vamos pensar em 5 segmentos logo abaixo, e entender como as estratégias de marketing de indicação costumam funcionar em cada um. 

Acompanhe: 

1. E-commerce: incentivo imediato e recompra

No e-commerce, o marketing de indicação funciona como uma extensão natural do funil de vendas.

A experiência é transacional, rápida e fácil de mensurar, o que permite que cada indicação gere um benefício direto e imediato — geralmente um cupom de desconto ou cashback.
A lógica é simples: quem indica recebe, quem é indicado também.

Plataformas como Shopify e Nuvemshop já oferecem módulos de indicação nativos, e o impacto costuma aparecer em dois indicadores principais — aumento de conversão e taxa de recompra.

O segredo aqui é a rapidez do incentivo: quanto mais curta a jornada, maior a eficácia.

2. Serviços locais: reputação e confiança pessoal

Em serviços locais — como academias, clínicas, escolas de idiomas e restaurantes — o poder da recomendação é mais emocional que promocional.

As pessoas indicam porque confiam e porque tiveram uma experiência direta positiva.

Nesse tipo de negócio, programas de indicação precisam valorizar o relacionamento, e não apenas o desconto.

Recompensas simbólicas (como brindes personalizados ou upgrades de serviço) funcionam melhor que incentivos financeiros, porque reforçam o vínculo comunitário e o prestígio social.
Aqui, o diferencial é a proximidade: a recomendação acontece entre pessoas que se conhecem pessoalmente.

3. Serviços SaaS: integração e escalabilidade

Empresas SaaS tratam o marketing de indicação como canal de aquisição previsível.
Por serem negócios digitais e recorrentes, o foco está em integrar o programa ao produto — como acontece com Notion, Canva e HubSpot.

O cliente já dentro da plataforma pode indicar novos usuários com um clique, gerando trials, upgrades ou créditos.

O ponto central é o acompanhamento via dados: cada indicação pode ser monitorada por ID de usuário, reduzindo fraude e otimizando campanhas.

Além disso, o modelo SaaS permite testar incentivos diferentes e ajustar automaticamente o ROI do programa.

4. Mercado B2B: parcerias e indicação profissional

No B2B, o marketing de indicação assume um formato mais formal — o de Referral Partnership.

Aqui, quem indica normalmente é outro negócio, fornecedor ou consultor que confia na marca.

O incentivo é financeiro ou estratégico (comissões, revenue share, cross-selling).

A grande diferença é o tempo de maturação: uma indicação pode demorar meses até virar contrato, o que exige CRM integrado, registro de leads e validação de pipeline.

O resultado, porém, tende a ser de altíssimo valor — porque leads indicados por parceiros convertem melhor e têm maior lifetime value.

5. Educação e escolas: comunidade como canal

Em instituições de ensino, o marketing de indicação é um dos canais mais poderosos e subutilizados.

Pais, responsáveis e ex-alunos formam redes naturalmente propensas à recomendação, mas poucas escolas formalizam esse comportamento.

Programas de indicação no setor educacional devem equilibrar ética e incentivo: oferecer benefícios que valorizem a comunidade, sem parecer compra de matrículas.

Exemplos incluem descontos progressivos por indicação, bônus em materiais didáticos ou reconhecimento público em eventos escolares.

O objetivo é criar uma rede orgânica de promotores, transformando a confiança da comunidade em estratégia de crescimento sustentável.

O marketing de indicação é um trabalho conjunto. O primeiro passo é entender de onde elas já estão vindo. E os próximos vão estar relacionados com como amplificar o que já está acontecendo. 

Isso é praxe no marketing. Tudo no marketing é assim. As indicações nos ajudam até a entender que nós, as marcas e agências, não estamos no controle. Os consumidores estão. 

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