
O Threads, X e o BlueSky estão em uma verdadeira batalha por usuários. As três ferramentas oferecem uma interface similar, e um conceito praticamente igual: um feed personalizado que entrega mensagens pequenas relacionadas a alguma hashtag (ou não).
Antes do X, essa batalha simplesmente não existia: ninguém conseguiria tirar a coroa do Twitter, o inventor desse tipo de rede social.
Porém, com a compra do Twitter pelo Elon Musk, seu rebranding para X e a alteração nas suas políticas de uso deixaram a rede bem descaracterizada — e justamente no pior momento possível para o Musk, e no melhor para o Zuckerberg.
Isso porque, durante as negociações, a Meta já estava trabalhando no seu competidor, o Threads para o Instagram.
Mas o Threads não é o Twitter, e sendo associado ao Instagram, ele acaba sendo bem mais moderado — pergunte para um usuário do Twitter se ele gostaria de ter seu perfil do Instagram linkado à conta e veja você mesmo o resultado dessa associação.
Nesse vácuo veio o BlueSky, o verdadeiro sucesso espiritual do Twitter.
Essa batalha ainda está acontecendo, e hoje vamos entender melhor juntos o que de fato está acontecendo. Vamos falar sobre:
- Quem vem ganhando a batalha;
- Quais são as principais diferenças entre as plataformas;
- As possibilidades de marketing de cada uma.
Vamos para a análise:
Quem vem ganhando a batalha entre Threads, X e BlueSky

Existem algumas formas diferentes de entender quem é o ganhador dessa batalha.
Aliás, existem três métricas principais que, juntas, entregam a história completa. São elas:
- Número total de usuários;
- Número de usuários ativos mensalmente;
- Evolução no número de usuários.
Se olharmos para o número total de usuários, é bem óbvio que o X vai ganhar em todas as situações. Ele já veio “de fábrica” com todos os usuários cadastrados no Twitter.
E também não é nenhum mistério que o Threads ganharia do BlueSky, já que ele usa prompts no Instagram para angariar usuários de forma ativa. É praticamente uma campanha de anúncios infinita acontecendo dentro do app.
Também não há muitos dados sobre a quantidade total de usuários dessas plataformas, já que essa análise não indica muita coisa.
Até a lucratividade dessas redes sociais, por exemplo, são medidas através dos usuários ativos mensais, já que são os usuários ativos que vão consumir anúncios ou fazer compras pelas plataformas.
Então, vamos ignorar o número total de usuários aqui e analisar somente as duas últimas métricas, as mais importantes.
E spoiler alert: é o Threads que está com o melhor rendimento a longo prazo.
Usuários ativos mensais — X ainda é o campeão
O X leva uma vantagem bem grande quando analisamos a quantidade de usuários ativos mensalmente na plataforma.
Em 2024, o Elon Musk chegou a informar que o X já tinha mais de 600 milhões de usuários ativos mensais, destacando que metade desses usuários usava o app diariamente.

Porém, esses números parecem um pouco exagerados. O Statista determinou, em 2022, que o X tinha 368 milhões de usuários ativos mensalmente, bem menos do que os 600 milhões que o Elon Musk anunciou.
O Statista também previu uma queda de 5% nesse número para 2024. Então, o mais provável é que o X tenha, hoje, entre 335 milhões e 500 milhões de usuários ativos mensalmente.
As estatísticas variam bastante, mas é entendido no geral que o X ainda é o rei na quantidade de usuários ativos.
O Threads vem chegando perto: Adam Mosseri fez um post em novembro de 2024 dizendo que a plataforma atingiu os 275 milhões de usuários ativos.

Enquanto isso, o Bluesky vem na lanterninha: em 2024, a CEO Jay Graber fez um post comemorando os primeiros 20 milhões de usuários na plataforma, sem dar informações sobre a quantidade de usuários ativos mensalmente.

Evolução do número de usuários — Threads vem forte para desbancar X
Mas é aqui que a batalha fica interessante de verdade: na evolução dos usuários.
Tudo indica que o Threads muito provavelmente vai superar o X nos próximos anos. Enquanto o X vem perdendo usuários por diversos motivos — dentre eles a interferência direta do Elon Musk na plataforma — o Threads só vem ganhando.
É importante lembrar que o X veio com um grande bônus: a vida online de muita gente foi pautada pelo Twitter por muito tempo. É difícil simplesmente abandonar uma plataforma assim.
Porém, o Threads também tem uma vantagem enorme: ele é vinculado ao Instagram, que é uma das maiores redes sociais do mundo, senão a maior.
Combinando essa força do Threads com as fraquezas que o X vem apresentando, é bem possível que a ultrapassagem aconteça.
Veja esse gráfico, compilado pelo social media Andrew Hutchinson para o Social Media Today:

Então mesmo que o X ainda esteja um pouco longe no número total de usuários, ele já está perdendo na evolução de usuários para o Threads.
Aliás, é importante entender que o X não só está tendo uma evolução menor de usuários: ele está perdendo mais users do que ganhando, o que é um péssimo sinal.
Qual é a melhor para marketing — Threads, X ou BlueSky?
O marketing nessas plataformas sempre foi bem mais conteudístico do que voltado para anúncios.
O branding é o ponto mais valorizado nessas redes sociais, já que elas geralmente não têm tantos recursos interessantes de segmentação como o Google Ads ou o Meta Ads.
A marca passa a ser uma entidade viva, um usuário mesmo que conversa com seu público e deixa de ser só um produto, mas parte da cultura dos seus consumidores.
Mas isso é possível fazer em qualquer rede social. Aqui, gostaria de entrar em detalhes sobre as funções de marketing reais dessas plataformas. O que é possível fazer em questão de anúncios em cada uma?
Vamos entender melhor nos próximos itens:
O que é possível fazer em marketing e anúncios no X (ex-Twitter)
O X ainda é a plataforma mais consolidada dessas três quando falamos de recursos de mídia paga.
Apesar de a entrega orgânica ser altamente valorizada e de o branding ser a principal função para marcas, o X oferece formatos de anúncios patrocinados, segmentações por interesse e localização, além de campanhas para impulsionar engajamento e cliques.
Ainda assim, a força da rede está na construção de uma voz ativa e consistente da marca, participando de conversas em tempo real, memes e acontecimentos culturais.
É uma plataforma onde a personalidade da marca tende a gerar mais valor do que o investimento direto em anúncios.
Threads e marketing: branding, engajamento e limitações de anúncios
O Threads ainda não tem uma estrutura formal de anúncios, o que faz com que o marketing por lá seja inteiramente focado em conteúdo orgânico.
Isso obriga as marcas a se posicionarem de forma mais humana e próxima, criando conteúdos que geram identificação e conversa.
Por estar integrado ao ecossistema da Meta, é possível que, no futuro, anúncios segmentados venham a ser implementados, mas por enquanto o foco está na construção de comunidade e presença de marca.
A marca é percebida como uma pessoa, um perfil com opiniões, humor e autenticidade.
Bluesky: espaço para construção de comunidade, mas ainda sem publicidade direta
O Bluesky é a plataforma mais alternativa entre as três, ainda em fase de amadurecimento e com uma base de usuários mais nichada.
Não existem ferramentas de anúncios, nem previsão de uma estrutura formal de mídia paga. Isso torna o marketing por lá 100% dependente de conteúdo orgânico e de um bom entendimento da cultura da comunidade.
Marcas que se aventuram no Bluesky precisam ter um posicionamento claro, uma linguagem autêntica e disposição para interagir diretamente com os usuários.
É um terreno fértil para experimentação, mas com retorno de visibilidade ainda limitado.
O que fazer para começar no Threads e no X hoje?

Um bom profissional de marketing vai buscar a plataforma que contém seu público, ponto final.
Se o público está majoritariamente no X, a marca deve anunciar no X, mesmo ele perdendo popularidade.
Se o público está no X e no Threads, a marca deve produzir conteúdo para as duas plataformas, sem preferidos.
Porém, o início nessas plataformas é um pouco mais complexo do que começar no Instagram, no Facebook ou até no Google — seja no orgânico ou pelo Google Ads.
A verdade é que trabalhar com o X ou com o Threads é bastante similar hoje em dia.
Ambas têm funcionamentos bem similares — o uso de tags para organizar assuntos, forte necessidade de trabalhar com orgânico por limitações de anúncios e uma velocidade tremenda na comunicação — o que está acontecendo hoje pode ser diferente de amanhã, e provavelmente vai.
Por conta disso, é imprescindível ter uma boa estratégia para começar em ambas as plataformas.
Essa estratégia costuma ser aplicada da seguinte maneira:
- Identificação do público-alvo — como ele conversa? Com que marcas interage? Como é essa interação?
- Determinação do tom de voz — é o branding de conteúdo. Como a marca conversa? Que tipo de conteúdo ela produz?
- Interação: análise constante de aceitação do público de acordo com o que a marca diz e como ela se porta;
- Community marketing — é a reunião de evangelistas da marca em um espaço apropriado. Grupos do Telegram com conteúdo exclusivo, canal exclusivo para assinantes, etc.
- Leadgen — é a geração de leads (onde for possível, nem sempre isso acontece) usando os recursos de community marketing aplicados no passo anterior;
Vamos conversar sobre cada um desses pontos logo abaixo:
Identificação do público-alvo: comportamento, linguagem e referências
Em redes como o X, o Threads e o Bluesky, entender o público vai além de dados demográficos — envolve analisar como ele se expressa, com que assuntos se envolve e quais marcas já acompanha.
No X, essa identificação pode ser feita observando hashtags, trends e contas influentes. No Threads, vale explorar interações dentro de nichos e acompanhar discussões em andamento no ecossistema da Meta.
Já no Bluesky, o mapeamento é mais manual e qualitativo, exigindo leitura atenta dos debates em comunidades específicas.
A identificação do público é o ponto de partida para qualquer estratégia de conteúdo, pois define não só o que será dito, mas como será dito.
Determinação do tom de voz: presença de marca em formato de conversa
O tom de voz é a tradução do branding em linguagem. No X, por exemplo, marcas que performam bem geralmente adotam um estilo direto, informal, muitas vezes opinativo — e até provocador.
No Threads, o tom costuma ser mais suave e emocional, com espaço para conversas empáticas e construção de vínculos. Já no Bluesky, o tom precisa ser autêntico e sensível à cultura de nicho da comunidade.
O ponto em comum entre todas é que a marca deve soar como uma pessoa real: com humor, posicionamento e personalidade.
Essa consistência na comunicação é o que torna a marca reconhecível e relevante nesses ambientes de troca constante.
Interação: o pulso vivo da estratégia de conteúdo
Diferente das redes onde o conteúdo pode ser mais passivo (como YouTube ou mesmo Instagram), no X e no Threads a interação é parte da mecânica central.
Curtir, comentar, responder e até mesmo entrar em conversas iniciadas por outras contas são atitudes esperadas de uma marca com presença ativa.
A análise dessas interações — o que funciona, o que gera rejeição, o que engaja — é fundamental para calibrar a estratégia em tempo real.
No Bluesky, ainda que a base seja menor, essa escuta ativa é ainda mais sensível: pequenas interações podem gerar grandes percepções, boas ou ruins, sobre a marca.
Community marketing: criando núcleos de engajamento e pertencimento
Essas plataformas são ideais para identificar e reunir os fãs mais engajados da marca. No Threads e no X, o community marketing pode começar com a criação de séries de conteúdo recorrente, desafios, ou até espaços de conversa em outras redes (como grupos no Telegram ou canais no Discord).
O objetivo aqui é dar a essas pessoas um espaço onde se sintam valorizadas e onde possam participar ativamente da construção da marca.
No Bluesky, esse movimento é ainda mais orgânico: comunidades se formam naturalmente em torno de interesses comuns, e a marca que souber se inserir com respeito nesse ambiente pode colher um nível de lealdade raro em redes maiores.
Leadgen: quando a comunidade se converte em oportunidade
A geração de leads não é tão direta nessas plataformas quanto em redes mais voltadas para performance, como Facebook ou Google.
Porém, ela é possível — especialmente quando atrelada a uma estratégia sólida de community marketing.
Um grupo fechado com conteúdo exclusivo, uma newsletter segmentada, um evento ao vivo ou até um canal com acesso limitado são formas de capturar contatos de alta qualidade.
No X, isso pode ser feito por meio de links e CTAs estratégicos; no Threads, por meio da integração com o ecossistema Meta e ativações externas; no Bluesky, ainda de forma experimental, mas com potencial alto se a base for engajada.
O importante é entender que o lead aqui nasce da relação, não da pressão por conversão.
Agora me diz: quais dessas redes sociais você usa diariamente?
Você mesmo, lendo esse texto. Você prefere o X, o Threads ou o BlueSky? Deixe a resposta nos comentários!
Isso é importante de saber porque uma das questões fundamentais para a produção dessas redes sociais é o
Esse é um assunto muito recorrente no mundo do marketing, e está diretamente relacionado à eficácia da sua produção de conteúdo em qualquer rede social.
Temos um texto que fala bastante sobre esse assunto. Acesse clicando aqui nesse link para a gente continuar essa conversa.
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