
O Google Ads está tendo uma nova renascença no marketing digital hoje.
Tudo bem que ele nunca deixou de ser relevante, nem por um segundo. Mas agora, com as IAs atrapalhando o tráfego orgânico de muitas PMEs, o tráfego pago está crescendo muito em popularidade.
Um estudo recente da Basis mostrou uma realidade bem precária no cenário do tráfego orgânico. Quando o AI Overviews está ativo nas SERPs do Google, há uma queda de até 70% no tráfego dos sites indexados na primeira página.
Isso vem levando muita gente ao tráfego pago como alternativa, e mais do que isso: a nova geração de profissionais do marketing pós IA prefere focar em mídias pagas.
Da mesma forma, as PMEs que contratam esses profissionais também preferem as mídias pagas.
Mas com tanta gente começando o serviço agora, é completamente normal encontrar alguns erros na execução. E no Google Ads, cada erro tem uma price tag bem óbvia.
No texto de hoje, vamos separar esses erros em grandes categorias para te ajudar a fazer seu diagnóstico do Google Ads. Vamos começando:
Erros relacionados à segmentação geográfica

Esses são os erros mais comuns no Google Ads, e estão relacionados com onde os anúncios vão ser exibidos.
Todo mundo lendo esse texto muito provavelmente já recebeu um anúncio de algum produto ou serviço de outra cidade ou estado. Em alguns casos, até de países diferentes.
Iniciantes no Google Ads precisam ter uma atenção muito especial à modalidade de segmentação geográfica do Google Ads, porque ela pode ser tanto o grande diferencial da sua campanha quanto uma fonte enorme de prejuízos.
Um mercado de bairro anunciando suas melhores ofertas no Google Ads para pessoas da região vai atrair muitos clientes locais. Mas ninguém da cidade vizinha vai chegar para comprar, isso é garantido.
➡️ Leia também: Meta Ads X Google Ads — você está investindo no lugar certo?
Os erros mais comuns relacionados à segmentação geográfica são:
- Anúncios publicados em locais onde a empresa não vende ou não presta serviços;
- Anúncios rodando em regiões com baixa adesão do público-alvo imaginado;
- Anunciar para locais de interesse ao invés de pessoas no local;
- Ignorar os dados e continuar investindo em locais sem retorno;
- Não fazer ajuste de lances por localidade (especialmente em regiões com alta densidade de concorrentes no Google Ads);
Vamos conversar melhor sobre todos esses pontos logo abaixo. Acompanhe:
Anunciar em locais onde a empresa não vende ou não presta serviços
Um dos erros mais comuns de PMEs no Google Ads é ativar campanhas em áreas muito amplas, como todo o estado ou até o país, mesmo quando o atendimento é restrito a um bairro ou cidade.
Isso gera cliques de pessoas que nunca poderão se tornar clientes reais, desperdiçando orçamento rapidamente.
Imagine um escritório de advocacia em Campinas aparecendo para usuários em Salvador ou um pet shop de bairro sendo exibido para alguém em Manaus. Cada clique fora da área de cobertura é dinheiro jogado fora.
A segmentação geográfica deveria estar alinhada com a área real de atuação do negócio, mas muitos iniciantes negligenciam esse detalhe, acreditando que “mais impressões” significam mais chances de venda — quando na prática é o oposto.
Como corrigir esse erro
- Restringir a segmentação ao raio de atendimento real (cidade, bairro ou quilômetros em torno da empresa);
- Excluir manualmente regiões fora de alcance;
- Revisar relatórios de localizações e pausar áreas sem potencial de conversão;
- Usar campanhas locais ou Performance Max com ênfase em proximidade;
- Treinar a equipe para revisar semanalmente a geolocalização dos cliques.
Anúncios rodando em regiões com baixa adesão do público-alvo
Nem sempre o erro é anunciar em outro estado: às vezes o problema está dentro da própria cidade.
Há bairros onde o público-alvo simplesmente não responde, seja por perfil socioeconômico, seja por falta de interesse no produto.
PMEs acabam insistindo nessas regiões por falta de análise, acreditando que “quanto maior a abrangência, melhor”. Mas o resultado é um funil cheio de cliques sem conversão.
Por exemplo, uma clínica estética pode ter boa adesão em bairros centrais, mas baixo engajamento em regiões periféricas. Continuar investindo nessas áreas é drenar verba sem retorno.
Como corrigir esse erro
- Analisar relatórios geográficos para identificar bairros/regiões com maior e menor taxa de conversão;
- Aplicar ajustes de lance negativos ou excluir áreas de baixo retorno;
- Concentrar orçamento nas regiões com melhor aderência ao público-alvo;
- Criar campanhas específicas para diferentes regiões e comparar resultados;
- Monitorar mudanças sazonais que afetam adesão (ex.: bairros universitários em férias).
Anunciar para locais de interesse em vez de pessoas no local
Por padrão, o Google Ads permite duas opções: exibir anúncios para pessoas “localizadas” em determinada região ou para pessoas “interessadas” nela.
Mas para deixar mais técnico: o Google Ads não apresenta só duas opções.
Na verdade, existem três configurações principais de segmentação geográfica no nível da campanha ou do grupo de anúncios:
- Presença ou interesse (padrão): pessoas localizadas, regularmente presentes ou que demonstraram interesse na área segmentada;
- Presença: apenas pessoas localizadas ou regularmente presentes na área segmentada;
- Interesse: pessoas que pesquisaram ou demonstraram interesse pela área segmentada, independentemente de estarem fisicamente lá.
Ou seja, o “padrão” é mais amplo do que só “pessoas interessadas” — ele mistura presença e interesse.
E é justamente isso que gera muitos cliques ruins, porque o padrão acaba exibindo o anúncio para viajantes, turistas e curiosos, além de quem realmente está na região.
Um hotel em Curitiba pode receber cliques de alguém no Rio pesquisando “hotel em Curitiba” para um trabalho escolar, e não para reservar. Esse tipo de erro consome o orçamento e reduz a efetividade da campanha.
Como corrigir esse erro
- Configurar segmentação para “pessoas localizadas na região segmentada”;
- Excluir “pessoas interessadas” quando a empresa depende de presença física imediata;
- Usar relatórios de localização para validar se os cliques vêm de dentro ou fora da área de atuação;
- Revisar a cada campanha se o padrão do Google não voltou para a opção mais ampla;
- Criar listas de exclusão permanentes para regiões irrelevantes.
Ignorar os dados e continuar investindo em locais sem retorno
Outro erro grave é não olhar para os relatórios de desempenho por localidade. O Google Ads fornece dados detalhados sobre quais cidades, bairros e até CEPs estão gerando cliques e conversões.
Quando a PME ignora esses relatórios, acaba insistindo em áreas que drenam verba sem trazer clientes. Um restaurante delivery pode gastar meses exibindo anúncios em bairros fora da sua rota de entrega, sem perceber que o tráfego dessas regiões nunca gera pedidos.
O problema não está apenas em gastar mais: está em gastar errado.
Como corrigir esse erro
- Revisar relatórios geográficos semanalmente;
- Cruzar dados de conversão com regiões de origem do tráfego;
- Ajustar ou pausar campanhas em áreas de baixo desempenho;
- Criar dashboards simples no Google Data Studio para visualizar geografia de conversões;
- Definir critérios claros: manter apenas regiões com CAC sustentável.

Não fazer ajuste de lances por localidade
Nem todas as regiões têm o mesmo retorno. Algumas áreas concentram concorrentes, encarecendo o clique, enquanto outras têm menos disputa e maior conversão.
Tratar todas as localidades de forma igual é desperdiçar o potencial de otimização.
Ajustes de lance permitem pagar mais para aparecer em regiões estratégicas (onde o ROI é alto) e menos em áreas pouco relevantes.
➡️ Leia também: Protocolo ROI — potencialize seus resultados com esses 4 insights
Por exemplo, uma escola de inglês pode aplicar ajuste positivo de +25% em bairros com alta concentração de jovens universitários e ajuste negativo em regiões mais afastadas onde a conversão é baixa. Ignorar essa prática faz com que o orçamento se dilua sem estratégia.
Como corrigir esse erro
- Usar relatórios de conversão por localidade para identificar áreas de alto e baixo desempenho;
- Aplicar ajustes positivos de lance em bairros estratégicos com ROI elevado;
- Aplicar ajustes negativos ou exclusões em regiões com baixo retorno;
- Testar diferentes níveis de ajuste (+10%, +20%, -30%, etc.) e medir impacto no CAC;
- Reavaliar os ajustes mensalmente, já que a dinâmica da concorrência pode mudar.
Erros orçamentários

Outro problema clássico no Google Ads é o orçamento mal desenhado. E nem estamos falando ainda de estratégias de lances, que é um outro assunto que vamos abordar no tópico 3, logo após esse.
Na verdade, erros orçamentários estão mais relacionados com o quanto você investe nas suas campanhas em relação ao retorno esperado.
Colocar orçamento demais ou orçamento de menos para as suas campanhas é prejuízo da mesma forma.
Pense só: se você colocou R$ 5.000 como orçamento e não fechou nenhuma venda, você teve um prejuízo claro. Mas se você colocar R$ 200 e fechar apenas um contrato, sendo que você poderia ter fechado dez, é prejuízo da mesma forma.
Os erros orçamentários mais comuns que vamos tratar aqui são:
- Não considerar o ticket médio e o LTV (para serviços) no orçamento;
- Aumentar o orçamento em campanhas com baixa performance e vice-versa;
- Dividir o orçamento como uma torta, com fatias iguais para campanhas diferentes;
- Esquecer de datas sazonais;
- Não acompanhar a velocidade do consumo do orçamento individualmente, campanha por campanha.
Agora nos aprofundamos em cada um desses pontos. Vamos juntos:
Não considerar o ticket médio e o LTV no orçamento
Definir orçamento de forma arbitrária é um dos erros mais frequentes das PMEs no Google Ads.
Muitos gestores escolhem um valor “que cabe no bolso” e iniciam campanhas sem avaliar o ticket médio (quanto cada venda gera de receita) ou o LTV (quanto cada cliente gera ao longo do tempo).
O resultado é desproporção: gastar pouco demais e não ter dados suficientes para mensurar retorno, ou gastar demais em campanhas que nunca vão pagar o investimento.
Por exemplo: uma empresa que vende cursos de R$ 2.000 pode justificar um orçamento mensal de R$ 3.000 se o funil mostrar que uma ou duas matrículas já cobrem o custo. Mas quem vende produtos de R$ 50 precisa de muito mais volume para se pagar.
Como corrigir esse erro
- Calcular o ticket médio e o LTV antes de definir o orçamento;
- Usar esses valores como referência para estimar o CAC sustentável;
- Definir orçamento mínimo que permita alcançar estatísticas confiáveis;
- Ajustar orçamento ao longo do tempo conforme novos dados de conversão;
- Considerar margem de contribuição, não só faturamento bruto.
Aumentar orçamento em campanhas ruins e reduzir em campanhas boas
Outro erro clássico é tomar decisões de forma inversa: aumentar orçamento em campanhas com baixo desempenho e cortar verba das campanhas que trazem mais vendas.
Isso acontece porque muitas vezes o gestor olha só para volume de cliques ou impressões, sem avaliar conversões.
Por exemplo: uma PME pode ver uma campanha institucional com milhares de cliques e achar que precisa colocar mais verba nela, mesmo sem nenhuma venda registrada.
Ao mesmo tempo, pode cortar verba de uma campanha de remarketing que gera menos cliques, mas tem custo por aquisição muito mais baixo.
Esse comportamento distorce o ROI e impede o crescimento sustentável.
Como corrigir esse erro
- Avaliar sempre o desempenho com base em conversões e CAC, não em cliques;
- Reduzir orçamento de campanhas que não trazem retorno comprovado;
- Reforçar verba nas campanhas que têm ROI positivo;
- Usar relatórios comparativos de custo x conversão por campanha;
- Criar alertas de desempenho para evitar decisões por “achismo”.
Dividir o orçamento igualmente entre campanhas diferentes
PMEs com pouco orçamento muitas vezes cometem o erro de fatiar o valor disponível igualmente entre várias campanhas.
É como cortar uma pizza em pedaços iguais, independentemente de quais sabores agradam mais.
Na prática, isso significa que campanhas de branding, remarketing e aquisição recebem o mesmo valor, mesmo que só uma delas realmente traga vendas. O orçamento se dilui e nenhuma campanha atinge volume suficiente para performar bem.
Por exemplo, investir R$ 500 por mês em cinco campanhas diferentes pode não gerar dados relevantes em nenhuma delas. Melhor investir R$ 2.500 em uma campanha que já se provou eficaz.
Como corrigir esse erro
- Priorizar campanhas que comprovadamente geram receita;
- Concentrar orçamento em menos campanhas para ganhar escala;
- Pausar campanhas que estão em fase de teste quando o orçamento for limitado;
- Revisar a distribuição do orçamento a cada mês;
- Investir em novas campanhas apenas quando houver sobra de verba.
Esquecer de considerar datas sazonais
Datas sazonais são momentos de alta demanda em praticamente todo mercado: volta às aulas, Dia das Mães, Black Friday, Natal. Ignorar esses períodos é desperdiçar oportunidades.
Muitas PMEs mantêm o mesmo orçamento fixo o ano todo e não aumentam a verba quando a procura dispara. Resultado: ficam invisíveis em momentos de maior concorrência, justamente quando o público está mais disposto a comprar.
Por outro lado, algumas empresas esquecem de reduzir orçamento em períodos de baixa, quando a demanda naturalmente cai. Isso também gera desperdício.
Como corrigir esse erro
- Mapear datas sazonais relevantes para o setor;
- Planejar aumento de orçamento nos meses de pico de demanda;
- Reduzir verba em períodos de baixa previsível;
- Usar histórico de vendas para alinhar orçamento ao calendário;
- Criar campanhas exclusivas para promoções sazonais.
Não acompanhar a velocidade do consumo do orçamento
Outro erro comum é esquecer de acompanhar como o orçamento está sendo gasto ao longo do tempo.
Campanhas configuradas para orçamento diário podem gastar tudo rapidamente, deixando a empresa sem anúncios ativos por dias ou semanas.
Por exemplo: uma PME define R$ 50/dia, mas não percebe que esse valor é consumido logo nas primeiras horas da manhã.
Até o fim do dia, quando potenciais clientes continuam pesquisando, não há mais anúncios sendo exibidos.
Esse descuido compromete a performance e gera buracos de presença ao longo do mês.
Como corrigir esse erro
- Acompanhar relatórios de gasto diário e horário;
- Ajustar orçamento diário para cobrir o período inteiro;
- Usar programação de anúncios para distribuir melhor o gasto;
- Revisar limites de orçamento semanal e mensal;
- Configurar alertas de e-mail no Google Ads para avisar sobre esgotamento precoce.
Erros de configuração de lances

Agora precisamos conversar sobre um aspecto bem mais técnico do Google Ads: a configuração de lances.
Aliás, caso você precise de um refresco, temos um texto que se aprofunda muito mais nesse assunto disponível no nosso blog:
➡️ Estratégias de lances do Google Ads: tudo o que você precisa saber
O Google Ads oferece várias modalidades de lances dentro de cada grupo de anúncios, e conhecê-los é fundamental para realizar boas campanhas.
É claro que você não precisa ser um verdadeiro expert do Google Ads para fazer configuração de lances, mas é importante tirar pelo menos um dia para aprender mais sobre as terminologias para evitar os seguintes erros:
- Problemas com a determinação de ROAS e CPA ideais;
- Usar CPA desejado tendo baixa experiência com conversão nas campanhas;
- Não fazer ajustes de lances por dispositivo e por horário;
- Configurar lances muito altos ou baixos, desrespeitando o CPC médio;
- Não fazer a revisão dos lances automaticamente;
Vamos explorar esses pontos agora, e juntos:
Outros erros comuns
Além dessas questões mais técnicas — que são as que causam mais erros — ainda podemos elencar outros bem comuns, mas que costumam ter impactos menores.
Veja se você está cometendo algum desses errinhos mais básicos:
- Não configurar conversões corretamente: campanhas rodando sem metas claras de formulário, ligação ou venda, o que impede medir resultados reais.
- Usar criativos genéricos e pouco atraentes: anúncios que não se diferenciam da concorrência e passam despercebidos.
- Ignorar extensões de anúncio: perder espaço e relevância ao não usar extensões de telefone, localização, frases de destaque e links extras.
- Levar o usuário para páginas ruins: gastar com cliques que caem em páginas lentas, confusas ou sem CTA, aumentando rejeição.
- Não alinhar Google Ads com outras estratégias: campanhas isoladas, sem integração com SEO, redes sociais, e-mail ou CRM, o que reduz o efeito no funil.
Como você pode perceber, o Google Ads é cheio que questões técnicas e de uso que são bem detalhadas. Errar nesses detalhes significa prejuízo, em muitos casos.
O melhor jeito de trabalhar o Google Ads é através de uma estratégia conjunta, holística, capaz tanto de trazer lucro a curto prazo quanto a receita previsível.
Essa é a nossa especialidade na Adtail. Conheça nossos cases e saiba mais!

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