
O llms.txt é a nova menina dos olhos de quem se interessa por rankeamento nas IAs.
Esse documento “mágico”, muito associado em meios de SEO ao robots.txt e até às meta keywords, surge como uma padronização aplicada no seu site para facilitar a indexação por LLMs — ou seja, as IAs.
É por isso que o llms.txt é visto como o robots.txt das IAs. O robots.txt buscava padronizar a arquitetura e o conteúdo do site para melhorar sua crawlability para o Google — ou seja, para facilitar o entendimento do que está no site pelos algoritmos de crawl.
A questão é que o llms.txt não é o robots.txt das IAs, muito menos meta keywords. O documento é algo novo, voltado apenas para as IAs, e tem um funcionamento bem diferente.
E tudo bem: SEOs mais técnicos vão argumentar que, embora as características sejam diferentes, o llms.txt e o robots.txt estão fazendo trabalhos similares, e então são semelhantes na função.
Mas mesmo essa linha de argumentação é bastante limitante. Hoje, aqui nesse texto, vamos entender exatamente por que.
Começando com o ponto principal: o que exatamente é o llms.txt?
O que é o llms.txt?

O llms.txt é um padrão novo, surgindo em 2025, buscando padronizar o readabilty e o crawl de sites para a exibição do seu conteúdo em motores de inteligência artificial.
O llms.txt foi criado pelo desenvolvedor australiano Jeremy Howard, e seu funcionamento é uim pouco mais simples do que você pode estar imaginando — ainda mais em contraste com os outros documentos usuais do SEO, que vamos abordar ainda nesse tópico.
O que o llms.txt faz, basicamente, é criar uma versão em markdown (padrão entendido por todas as IAs hoje) do seu site, organizando as informações mais importantes e sinalizando a preferência de “indexação” que o site tem.
“Indexação” entre aspas porque ela é bem diferente da indexação do Google, veja bem. O llms.txt não garante mais visibilidade ao seu site nas IAs, enquanto o robots.txt, por exemplo, sempre foi um fator positivo para o SEO.
O llms.txt funciona como um mapa, ou um menu de restaurante.
Nesse documento — adicionado ao site como seusite.com.br/llms.txt — o site é apresentado da forma mais textual possível, com conteúdo condensado e com a hierarquia (h2, h3, bullet points etc.) bem desenhada.
Isso garante que o seu site seja mais fácil de ler pelas IAs. E com isso, garante que as IAs vão ter menos dificuldade em encontrar o conteúdo de verdade, sem serem distraídas por elementos gráficos, arquivo CSS, scripts rodando etc.
O llms.txt, então, é um formato padrão para organizar o conteúdo do seu site e deixá-lo mais simples de entender pelas IAs.
Para entender melhor o que ele se propõe a fazer, precisamos também fazer uma relação mais direta com o os outros recursos web que já conhecemos do SEO há algum tempo.
Acompanhe logo abaixo:
O llms.txt não é o robots.txt
Existem sim similaridades entre o robots.txt e llms.txt, mas apenas em alguns pontos de semântica. Na prática, a diferença é enorme.
O robots.txt funciona como um documento capaz de oferecer instruções aos crawlers do Google no momento da busca.
Por exemplo: ele pode indicar para o Google que a página X não deve ser indexada. Essa página não vai ter crawlers, e portanto, não vai nem ser lida.
Então, o robots.txt é um documento que indica ao Google quais são suas preferências de indexação, com base nos seus próprios parâmetros e com referenciação ao sitemap.
A diferença entre os dois é bem clara: o llms.txt funciona como um mapa, como vimos. Ele não consegue bloquear conteúdo de ser lido e apresentado pelos motores de IA.
Mas já que mencionamos o sitemap, mais uma diferença básica:
O llms.txt não funciona como o sitemap.xml
O sitemap.xml também é um recursos de SEO extremamente importante para qualquer site, mas ainda mais crítico em sites muito grandes.
Seu trabalho é basicamente informar a arquitetura do site para os crawlers do Google, garantindo uma velocidade maior no crawl e mais facilidade de indexar as páginas certas.
Sites muito grandes sofrem bastante no SEO caso eles não tenham um sitemap instalado. Ele inclui metadados importantes, como última modificação da página, frequência de atualização, prioridade de indexação e outras informações muito valiosas para o Google.
Sites podem ter vários sitemaps diferentes. Você pode ter um sitemap para cada categoria, se for necessário. Lembrando que ele precisa ser referenciado pelo robots.txt.
O llms.txt, como vimos, não organiza estruturas nem cria índices. Seu trabalho é outro, funcionando muito mais como uma curadoria de conteúdo indicado para a leitura das IAs.
O llms.txt não é o renascimento das meta keywords
Antigamente (mais de 15 anos atrás pelo menos) um dos pontos mais fortes do SEO técnico eram as meta keywords.
Elas serviam para indicar ao Google quais eram as palavras-chave que uma determinada página estava buscando indexar.
Por exemplo: o site de um açougue no Bairro das Flores poderia usar um documento de meta keywords na página inicial indicando as seguintes palavras-chave:
- Açougue online na Cidade X;
- Açougue no Bairro das Flores;
- Açougue online;
- Açougue delivery;
E por aí vai. Para o SEO local, esse trabalho era quase obrigatório.
Isso não é o que o llms.txt faz. Na verdade, essa é até uma discussão bastante interessante sobre a própria pesquisa de palavras-chave.
A intencionalidade da busca é muito mais importante para o Google do que as palavras-chave usadas.
Antigamente, a densidade da palavra-chave era o ponto mais importante do SEO. As meta keywords existiam como um recurso extra. Algo como “Google, veja aqui para quais palavras-chave eu quero aparecer nas buscas”.
A busca não funciona assim mais. As meta keywords já são obsoletas desde 2009. Não faz sentido o llms.txt ter uma função similar, ainda mais porque as IAs não fazem crawl da mesma forma que o Google fazia 15 anos atrás, certo?

É importante ressaltar que, embora o llms.txt seja importante, ele não é nem de longe um hack doas IAs.
O que ele faz é organizar seu site para garantir a melhor leitura possível pelas IAs.
Mas o que isso traz de vantagens? É o que vamos descobrir agora, e juntos:
Quais são as vantagens de adicionar o llms.txt ao seu site?

É importante não olhar para o llms.txt como uma espécie de milagre no marketing de conteúdo pós IA.
Ele não é nem de longe essa ferramenta mágica. Na verdade, o documento é bastante simples e não traz garantias de que seu site vai ser lido pelas IAs.
O que ele faz é garantir um site organizado e a melhor disposição da informação caso a IA o leia e o apresente como parte de uma resposta.
Quem pensa no curto prazo, inclusive, não vai nem ver vantagens no llms.txt. Adicioná-lo é mais uma ação de brand awareness e consistência de informações do que algo que vai trazer um resultado imediato.
Separamos aqui as principais vantagens de adicionar o llms.txt ao seu site. Vamos analisar juntos?
As IAs não conseguem ler o site todo
A janela de contexto de uma IA é a quantidade de texto que ela consegue analisar de uma só vez para formar uma resposta, com base em tokens.
Porém, essa janela de contexto é bastante curta. Vários sites são analisados ao mesmo tempo, sendo que o seu é apenas mais um deles.
Essa janela pequena, somada à limitação computacional (representada por tokens) que as IAs têm naturalmente, dificulta o trabalho que elas precisam fazer para ler o seu site.
A IA precisa transformar o seu site em plain-text. Esse processo, chamado de parsing, consome recursos computacionais e precisa ser feito antes que o conteúdo seja lido pela IA.
O que acontece é que as IAs, portanto, não conseguem ler seu site inteiro, e vão decidir pelas melhores partes dele.
O que o llms.txt faz é entregar uma versão condensada e estruturada do site já em Markdown, uma linguagem no-code amplamente suportada, para poupar recursos da IA e garantir que as informações mais importantes sejam de fato lidas.
Grande facilidade para ambientes de desenvolvimento
Copilotos de código como GitHub Copilot, Cursor e Codeium usam modelos de linguagem para sugerir funções, completar trechos de código e até explicar lógicas complexas.
Para isso, precisam consultar documentações técnicas — e quanto mais enxutas e bem estruturadas essas fontes forem, melhor o desempenho da IA.
É aí que entra o llms.txt: ao fornecer um resumo limpo e direto da documentação técnica, já em Markdown, ele elimina o trabalho pesado de parsing e evita que a IA se perca em elementos inúteis como menus, banners e blocos irrelevantes de HTML.
Isso garante que as sugestões geradas sejam mais rápidas, mais precisas e mais contextualizadas.
Além disso, ferramentas de busca técnica como Phind ou Cody — feitas para responder dúvidas específicas de desenvolvedores — também se beneficiam de conteúdos com parsing antecipado.
Em empresas, IAs aplicadas ao suporte interno ou à geração automatizada de documentação também dependem de acesso fácil a APIs, SDKs e padrões internos.
O llms.txt funciona para priorizar categorias do site
Olha que interessante: o llms.txt está funcionando quase como um sitemap aqui nesse caso, mesmo sendo bem diferente.
É como um sitemap adaptado para modelos de linguagem, que respondem perguntas em vez de simplesmente indexar páginas como o Google.
O llms.txt indica para a IA categorias principais, as que precisam ser lidas prioritariamente, caso esse seja seu objetivo.
Isso garante que as páginas com mais conteúdo — como a home, produtos, preços e reviews — seja lida antes de páginas mais técnicas.
Mas é importante destacar que o llms.txt não tem prioridade automática, como é o caso do sitemap.xml. Tudo depende do que você escreve nele.
Nem todas as IAs chegam no seu site pela home
Aliás, nem o próprio Google chegava. É por isso que sites maiores tendem a fazer sitemaps diferentes, especialmente para páginas de categoria e blogs.
Uma IA pode começar a leitura por uma parte do site pouco otimizada — cheia de banners, scripts e blocos irrelevantes — e acabar não compreendendo o que o site realmente oferece.
O llms.txt é um ótimo recurso para auxiliar a IA nesse sentido, seja oferecendo uma versão mais enxuta e já processada do conteúdo, seja funcionando como um mini mapa que direciona a IA para as partes mais relevantes do site.
Exemplos de llms.txt para consulta

No próximo tópico vamos entrar na prática, na criação de um llms.txt para o seu site.
Mas para chegar nessa parte prática, é necessário primeiro entender a aparência do llms.txt — ou melhor dizendo, o que ele costuma ter.
Grande parte do trabalho de criação de um llms.txt é manual. Ou seja, você vai precisar criar o documento copiando o conteúdo do seu site e o otimizando.
Não se preocupe: isso é uma tarefa simples para o próprio ChatGPT.
De qualquer forma, aqui vão algumas recomendações do que seu documento deve conter. E logo abaixo, alguns exemplos:
- Um único título H1 (#) com o nome do projeto ou site.
(Este é o único elemento obrigatório.) - Um bloco de citação (>) com um breve resumo ou contexto para os links que virão em seguida.
- Seções padrão em Markdown (como parágrafos ou listas) que fornecem contexto adicional.
(Essas seções são opcionais — você pode ter quantas quiser, ou nenhuma.) - Um ou mais títulos H2 (##) que introduzem seções de links categorizadas.
- Cada link dentro dessas seções deve ser formatado em Markdown assim:
[título do link](URL), seguido opcionalmente de : descrição.
Logo abaixo, confira alguns exemplos de llms.txt que já estão ativos em alguns websites:
Recomendamos muito a leitura desses llms.txt de exemplo para entender o que eles realmente são.
Você vai perceber que eles são bastante diferentes da home do site, optando por organizar o conteúdo mais importante e relevante.
Isso porque a IA é imune à copywriting, e portanto não vai se importar tanto com a linguagem vendedora aplicada nas CTAs.
O que os llms.txt dessas empresas apresentam é o conteúdo do site condensado e organizado de acordo com a relevância das informações dentro de um contexto de GEO — Generative Engine Optmization.
🔎 Se aprofunde em GEO: SEO técnico para IA — ajustes avançados de SEM e SEO
Como criar um llms.txt e adicioná-lo ao seu site?

Os llms.txt não são complicados de criar. Grande parte do trabalho, aliás, é feito quase manualmente, com a ajuda de uma IA para a formatação.
Para fechar o texto, criamos 5 passos simples para te ajudar a criar um llms.txt no seu site. Acompanhe logo abaixo.
P.S.: estamos pensando em llms.txt padrão, ok? Mas nada te impede de criar o conteúdo do jeito que mais faça sentido para a sua marca.
1. Defina o objetivo do llms.txt
Antes de tudo, é preciso entender o que o llms.txt deve comunicar.
Ele será um resumo técnico? Um atalho para páginas institucionais? Uma curadoria de conteúdos úteis para LLMs?
Defina o foco do arquivo para garantir que ele entregue valor real — e não seja só uma cópia do sitemap ou da home.
É importante ler os llms.txt que trouxemos de exemplo no tópico acima para entender melhor esse ponto. O arquivo não é uma cópia do seu site em markdown!
2. Escolha os links mais estratégicos do site
Selecione os conteúdos que mais representam o valor do seu site: páginas de produto, tutoriais, artigos-chave, documentações técnicas, perguntas frequentes, comparativos etc.
O ideal é que esses links cubram as perguntas que uma IA pode receber quando alguém buscar algo sobre sua marca, produto ou serviço.
3. Estruture o arquivo em Markdown
É importante trabalhar com um glossário markdown por perto, mas nem tanto. Como não vamos usar elementos visuais para a IA, apenas de organização, você só vai precisar de comandos como:
- #: Headers. A quantidade indica qual é o header. # é header 1, ## é header 2, e por aí vai;
- >: blockquote usado para um pequeno resumo do site ou da categoria;
- []: para indicar o texto âncora de links;
- (): para indicar o link dentro do texto âncora;
Não é necessário marcar parágrafos, o markdown já faz a marcação automaticamente. Também não é necessário incluir outros elementos, como imagens e vídeos, já que as IAs não vão lê-los de fato.
Um exemplo da estruturação básica:
# Nome do Projeto
> Breve descrição do site ou da área de atuação.
## Produtos
[Produto A](https://seusite.com/produto-a): Descrição curta do produto A.
[Produto B](
https://seusite.com/produto-b
): Idem
## Conteúdo
[Blog](https://seusite.com/blog): Artigos atualizados sobre o tema.
[FAQ](https://seusite.com/faq): Perguntas frequentes respondidas.
## Institucional
[Sobre nós](https://seusite.com/sobre)
[Política de privacidade](
https://seusite.com/privacidade
)
4. Salve o arquivo como llms.txt na raiz do site
O arquivo precisa estar acessível publicamente em: seusite.com.br/llms.txt.
Se você tiver acesso direto ao servidor, basta enviar o arquivo para a pasta raiz. Em CMSs (como WordPress), será necessário acesso via FTP ou ao painel de arquivos do servidor.
5. Teste e monitore a indexação
Depois de subir o arquivo, acesse a URL diretamente no navegador e veja se está legível. Em seguida, monitore ferramentas como logs de servidor e analytics para verificar se bots de IA (como o GPTBot) estão acessando.
Embora ainda não haja uma ferramenta oficial de verificação, acompanhar esse tráfego pode indicar adoção futura.
É isso!
O llms.txt ainda está na sua infância, mas uma coisa ele deixa bem claro: não existem mais hacks. O GEO não é igual o SEO de antigamente, onde quem tinha maior conhecimento técnico saía na frente.
Técnicas assim podem aumentar a probabilidade de você ser bem lido pelas IAs e, portanto, te ajudam de forma indireta quando elas exibem informações sobre seu nicho e sua marca.
Mas nada é garantido. Nem nunca vai ser daqui para frente.
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