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Estamos em um momento de mudança. E é justamente nesses momentos que compensa conversar sobre o marketing do futuro.
Mas veja bem: não é o futuro do marketing. Há uma diferença bem grande nos dois conceitos.
Tudo pode mudar, e muda constantemente, mas os objetivos do marketing permanecem sempre os mesmos: atrair a atenção de pessoas e convertê-las em compradores.
É assim desde o início do século XX, com a popularização do marketing em periódicos, e é assim até hoje, na era da internet.
Não é provável que agora, na era da IA, esse objetivo vá mudar.
Mas os meios mudam. E é justamente conversando sobre esses meios que encontramos o verdadeiro futuro do marketing.
No texto de hoje, vamos entender que futuro é esse, e como a sua marca deve se posicionar nesse momento crítico.
Vamos juntos?
O marketing do futuro versus o futuro do marketing
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Pode parecer uma questão semântica, mas é muito diferente falar sobre o marketing do futuro e sobre o futuro do marketing.
Aliás, nós escrevemos um texto em 2024 aqui no blog Adtail sobre o futuro do marketing. Inclusive, se você não leu, vale a pena conhecer.
Agora, em 2025, estamos vendo muito do que citamos no texto acontecer. E acontecendo fora do tempo previsto: o “futuro” do marketing chegou em menos de 1 ano.
Isso deixa uma outra necessidade evidente: a de falar sobre o marketing do futuro.
Veja: há uma diferença bem grande entre os dois conceitos.
Enquanto o futuro do marketing fala sobre as possibilidades que o digital tem daqui em diante, especialmente com a IA, o marketing do futuro é sobre como o marketing deve aspirar a ser.
Ou seja: um fala sobre as possibilidades que existem e vão existir. O outro fala do futuro que vamos construir com essas possibilidades.
É a mesma coisa que falar sobre o futuro da humanidade — vai envolver carros que dirigem sozinhos, robôs, renda básica universal e extinção do trabalho? É possível.
Mas e a humanidade do futuro? Ela não é pautada apenas por essas tecnologias, mas sim pela nossa relação com elas. Com o que fazemos no mundo que agora tem esses novos recursos.
Mas para pensar nisso da melhor forma possível, precisamos fazer alguns esclarecimentos antes de tudo.
Vamos conversar sobre elas agora, nos próximos tópicos. Acompanhe:
As ferramentas não são o marketing do futuro
Nós estamos no estágio 1 do futuro do marketing: o nascimento e a adoção de novas ferramentas.
Nesse momento, a principal tecnologia sendo apresentada é a Inteligência Artificial Generativa.
Nesse estágio, ainda estamos trabalhando para entender onde a IA se insere nas rotinas dos criativos, dos account managers, dos gestores de projetos etc.
O futuro do marketing, porém, não é pautado por essas ferramentas. Veja o exemplo do Photoshop. Ele transformou completamente o cenário do marketing, mas apenas no operacional.
As peças publicitárias permaneceram praticamente as mesmas, talvez até um pouco piores em questão de criatividade pela grande facilidade que o Photoshop traz.
A própria IA ainda está na sua primeira fase
Mas mesmo a IA ainda está na sua primeira fase: os recursos mais populares geram materiais, mas quem oferece o contexto é o usuário.
Precisamos entender que a revolução das IAs vai acontecer com contextualidade.
Se uma IA Generativa não é especialista em criar anúncios, os anúncios que ela criar vão ter o “estilo” dela.
Faça o teste você mesmo. Peça para o ChatGPT criar anúncios completos, com texto que você fornece. Os resultados vão ser bem similares.
Para fugir dessa generalização completa, as IAs precisam trabalhar de forma mais específica.
Alguns exemplos sonhadores:
- IA de anúncios condicionada por biblioteca de headlines aprovadas e brand voice.
- IA de roteiros com constraints de duração, ganchos de 3s e CTA por canal.
- IA de print com grids, hierarquia tipográfica e variações para OOH/social.
- IA de variações para testes A/B com limites de repetição e penalização de clichês.
E por aí vai.
Mas agora que já conversamos sobre ferramentas do futuro e sobre o papel das IAs, que são a inovação da vez, precisamos conversar sobre o próprio marketing do futuro.
E a melhor forma de fazer isso é entendendo que o marketing do futuro dos anos 90 já chegou, e hoje é o marketing do presente.
Mais sobre isso para contextualização:
O marketing digital foi o marketing do futuro

Talvez o exemplo mais evidente sobre como o marketing “foi para o futuro” no início dos anos 2000 é a criação do marketing digital junto com a popularização da internet.
Aqui, um grande paradigma foi alterado: os anúncios se tornaram mais abundantes na internet, e começaram pouco a pouco a perder a popularidade nos meios mais tradicionais — televisão, telemarketing e print.
Em 1997, sair no centro era uma luta com panfleteiros em cada esquina. Hoje, se você pegar um panfleto por dia, é muito.
Também houve uma grande mudança no conteúdo. Na era de ouro do marketing, Gossage já dizia: “as pessoas não querem ler anúncios. Elas querem ler o que as interessa. Algumas vezes, isso é um anúncio”.
Na época, isso só era possível por conta dos copywriters que escreviam peças gigantescas para revistas. Veja um exemplo:

A internet propiciou e ainda propicia uma grande revolução em conteúdo. Nunca foi tão fácil produzi-lo e divulgá-lo, com recursos que na época desse anúncio precisariam de fotografia, edição, copidesque, colagem e impressão.
Mas perceba que o que tivemos pós-internet valida a profecia de Gossage: as pessoas querem conteúdo. E hoje, conteúdo é o de todo o marketing digital.
Então, mesmo o marketing do presente, que era o marketing do futuro, não trouxe grandes mudanças em objetivos e nem na preferência dos consumidores. As empresas ainda querem vender. E os consumidores ainda querem consumir conteúdo acima de tudo.
No lado dos anúncios, o marketing digital passou a promover algo que era inimaginável: o acompanhamento em tempo real da performance de cada um deles, e a possibilidade de fazer vários anúncios ao mesmo tempo para diversos públicos, sem limitação editorial, geográfica e até financeira.
Como exatamente o marketing do futuro virou o marketing do presente
Nos anos 2000, a internet levou distribuição a custo marginal, mensuração quase em tempo real e segmentação fina.
Esse pacote empurrou o marketing alguns anos à frente do resto do mundo dos negócios.
O preço veio em forma de ruído e isomorfismo criativo: quando tudo é medido e otimizado ao milímetro, a média vira lugar confortável demais.
- Mensuração como motor
- Dashboards e atribuição aproximada permitiram decisões mais rápidas.
- O risco: confundir precisão operacional com verdade estratégica.
- Dashboards e atribuição aproximada permitiram decisões mais rápidas.
- Segmentação e personalização
- Microaudiências, testes A/B em escala e funis granulares.
- O risco: falar com todos sem dizer nada de novo.
- Microaudiências, testes A/B em escala e funis granulares.
- Leilões de mídia e automação
- Bids dinâmicos, algoritmos de entrega e otimização contínua.
- O risco: delegar intenção de marca ao algoritmo e otimizar o errado, só porque é o que dá sinal.
- Bids dinâmicos, algoritmos de entrega e otimização contínua.
- Conteúdo como backbone
- A profecia de Gossage se cumpriu: as pessoas querem o que as interessa.
- Hoje, conteúdo precisa unir conteúdo + contexto + conveniência (formato, timing, canal).
- A profecia de Gossage se cumpriu: as pessoas querem o que as interessa.
- Trade-offs inevitáveis
- Velocidade e volume baratearam o “bom o suficiente”.
- Diferenciação migrou do craft isolado para a combinação de utilidade, ponto de vista e experiência.
- Velocidade e volume baratearam o “bom o suficiente”.
Se isso foi o “futuro” realizado, o marketing do futuro não será mais uma corrida por ferramentas.
Será escolher, com clareza, o que merece ser medido, para quem vale ser dito e como essa escolha cria valor além do próximo clique.
E como será o marketing do futuro?

Entendemos, então, que o marketing do futuro é diferente do futuro do marketing.
O futuro do marketing caminha para automações cada vez maiores, e isso abre espaço para vários aspectos que vão moldar o futuro do marketing.
Outra analogia para tudo ficar ainda mais claro: o futuro dos carros e a locomoção do futuro.
Nos anos 30, carros andavam a uma fração da velocidade que eles atingem hoje. Conforme eles foram ficando mais potentes, novas estradas foram sendo construídas, e o futuro da locomoção no mundo passou a ser dominado pelos carros populares.
No marketing, os principais recursos hoje envolvem a automação da pesquisa e produção, facilitando a criatividade (para quem quer!).
E o principal objetivo é a entrega de bom conteúdo para quem consome, que toma suas decisões a partir do consumo desse conteúdo.
Logo abaixo, separamos os impactos práticos que isso vai ter e as principais métricas a analisar. E com isso, podemos dizer que entendemos o verdadeiro marketing do futuro.
Acompanhe:
Conteúdo que funciona para mecanismos de resposta
Se o futuro do mecanismo é responder, o conteúdo precisa nascer “respondível”. Isso significa estruturar páginas e peças para que modelos gerativos identifiquem o que é fato, o que é opinião e onde estão as fontes.
O trabalho começa no planejamento: perguntas reais dos usuários viram módulos reaproveitáveis (FAQs, trechos definicionais, listas de passos) que podem ser citados por IA sem ambiguidade.
➡️ Leia também: Entendendo melhor o llms.txt e o rankeamento nas IAs
Camadas técnicas importam, mas a curadoria editorial é o diferencial. Dados verificáveis, exemplos concretos e linguagem clara reduzem alucinação e aumentam a chance de citação.
Um llms.txt bem mantido orienta rastreio; marcação semântica ajuda a máquina a entender hierarquia. Rotina de atualização fecha o ciclo: conteúdo desatualizado perde autoridade em mecanismos de resposta, mesmo que ainda “ranqueie” no tradicional.
- Mapear “perguntas de verdade” e transformar em módulos: definição, por quê, como, exemplos, fontes.
- Criar páginas de resposta com dados verificáveis e citações explícitas no corpo do article.
- Manter llms.txt, sitemap e marcação semântica (headings, listas, tabelas) impecáveis.
- Escrever trechos-canônicos curtos para conceitos-chave, prontos para serem citados.
- Atualizar com cadência e registrar “data de revisão” visível.
- Incluir FAQs modulares e versões concisas para respostas zero-click.
- Padrão de evidências: números, metodologia e links para fontes primárias.
Métricas que importam
- Share of search e evolução de buscas de marca por tema.
- Taxa de inclusão em cards/overviews de mecanismos (via amostra manual e ferramentas de monitoramento).
- Tráfego e conversões vindos de queries informacionais sem marca.
- Backlinks e menções obtidas a partir de páginas-resposta.
- Latência de atualização: tempo médio entre mudança no mercado e revisão do conteúdo.
Funil bivolt: criar e capturar demanda
Criar demanda e capturar intenção não são etapas sequenciais, são circuitos em paralelo. De um lado, narrativas e ativos que inauguram curiosidade e definem categoria; do outro, infraestrutura para converter quem já procura solução.
Mensagem, oferta e métrica mudam conforme a corrente. Em criação, o objetivo é disponibilidade mental e preferência nascente; em captura, é fricção mínima e prova concreta.
O erro comum é medir criação com CPA e captura com awareness. O caminho é separar claramente hipóteses, ativos e indicadores de cada lado, com coordenação semanal entre times de conteúdo, mídia e produto.
Quando os dois circuitos conversam, criativos top-of-funnel geram termos de marca e as páginas BOFU convertem sem depender de descontos permanentes.
- Definir narrativa de categoria e pontos de vista que criam novidade.
- Produzir séries e formatos proprietários para distribuição recorrente.
- Operar SEO/GEO e mídia de intenção com páginas BOFU específicas.
- Ofertar provas: trials, demos guiadas, calculadoras e estudos de caso.
- Alinhar mensagem por estágio: problema → solução → prova → risco reduzido.
- Sincronizar calendários: lançamentos TOFU antecipam campanhas de captura.
- Separar orçamento e metas por circuito, com aprendizados cruzados.
Métricas que importam
- Volume e tendência de buscas de marca e de termos de categoria criados.
- Taxa de conversão por intenção (navegacional, informacional, transacional).
- CAC e LTV por coorte de origem: criada vs capturada.
- Incrementalidade de campanhas de criação (lift tests/holdouts).
- Percentual de pipeline atribuído a ativos de prova (demos, trials, cases).
Times e processos que dão conta
Estratégia boa em processo ruim vira ruído. Times mistos, rituais curtos e responsabilidade clara reduzem retrabalho e aceleram aprendizado.
O briefing deixa de ser PDF estático e vira objeto vivo: problema, hipótese, restrições de marca, dados de referência e critérios de sucesso.
A criação trabalha em lotes com variações; mídia e dados testam e devolvem evidências; produto fecha o ciclo com experiência.
IA entra como aceleração do craft, não como direção. Agentes especializados ajudam a gerar rascunhos, variações e checagens de consistência; humanos decidem.
Governança define o que pode ser automatizado, o que exige revisão e como fica registrado.
Creative ops organiza direitos, versionamento e reuso por canal, para não refazer o que já existe.
- Squads com estratégia, criação, mídia, dados e produto na mesma cadência.
- Ritual semanal: hipóteses → testes → decisões → descarte documentado.
- Briefings vivos com guardrails de marca e dados anexados.
- Biblioteca de assets versionada, etiquetada e acessível a humanos e IAs.
- Padrão de revisão humana para peças geradas por IA, com checklist de consistência.
- Calendário único que une editorial, mídia e lançamentos de produto.
- Playbooks de teste A/B e de incrementalidade, prontos para reuso.
Métricas que importam
- Lead time de campanha: briefing → primeira peça → go-live.
- Throughput criativo: peças/semana por squad com qualidade aprovada.
- Taxa de “primeira aprovação” e índice de retrabalho.
- Velocidade de aprendizado: testes concluídos/semana e taxa de adoção de aprendizados.
- Aderência a guardrails: erros de marca por mil peças produzidas.
Stack mínimo, bem usado
Ferramenta demais atrapalha. Um stack mínimo e bem orquestrado faz o básico com excelência: dados próprios com consentimento, camada de experimentação e atribuição, repositório de conteúdo e integração limpa entre captação e CRM/atendimento.
O foco é consistência e governança, não quantidade de integrações.
CDP organiza identidades; analytics mede o que importa; um orquestrador de testes garante ciência básica nas decisões; o repositório editorial dá lastro para humanos e IAs.
Privacidade não é rodapé: consentimento granular e políticas claras evitam “atalhos” caros no futuro. Tudo documentado, com donos e SLAs, para não depender de heróis.
- CDP para unificar perfis com consentimento explícito e preferências.
- Camada de experimentação: testes randômicos, holdouts e auditoria.
- Atribuição pragmática por canal/produto, com limites conhecidos.
- Repositório de conteúdo versionado, legível por humanos e IAs.
- Integrações enxutas: captação → CRM → atendimento → produto.
- Taxonomia única de campanhas, UTMs e eventos.
- Políticas de privacidade e retenção publicadas e aplicadas.
Métricas que importam
- Cobertura de consentimento e proporção de dados first-party utilizáveis.
- Percentual de campanhas com teste válido e decisões baseadas em evidência.
- Integridade de dados: eventos corretos por sessão e consistência de UTMs.
- Latência do dado decisório: tempo até relatório confiável.
- Redução de ferramentas ativas redundantes e custo por aprendizado válido.
O futuro do marketing está acontecendo agora. Aliás, se formos filosofar, ele está sempre acontecendo.
Porém, o marketing do futuro não “acontece”. Nós é que o construímos.
Temos orgulho de dizer que a Adtail é uma grande parte na construção do marketing do futuro. Conheça nossos cases para entender exatamente o que estamos fazendo!
Obrigado pela leitura e nos vemos no próximo texto.
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