
Para entender o SEO vs GEO, precisamos voltar ao básico, algo que vem faltando no marketing hoje em dia.
Se alguém te perguntasse para responder rápido sobre as diferenças entre SEO e GEO, você tem tudo na ponta da língua?
Talvez não, mas pelo menos o básico todo profissional de marketing nessa altura do campeonato já imagina: o SEO é sobre aparecer motores de busca. O GEO é sobre aparecer nas IAs generativas.
Do mesmo jeito, se alguém te perguntasse quais são os pontos comuns entre SEO e GEO, você provavelmente vai saber o mais básico — o conteúdo.
Ou seja: basicamente, a principal diferença entre SEO e GEO é o local da busca e a forma da produção do conteúdo.
Mas entre essas duas questões há várias outras que aprofundam a conversa e dão vários caminhos para quem está na situação mais complicada do marketing digital nos últimos anos: o grande apagão do tráfego orgânico.
Vamos entender melhor ao longo do texto. Pronto para começar?
SEO vs GEO — os pré-requisitos para um bom trabalho

É importante a gente entender um ponto antes de seguirmos na diferenciação entre SEO e GEO.
Embora os nomes sejam diferentes e com objetivos também diferentes, o GEO está intimamente ligado ao SEO.
Tanto que vários autores e blogs entendem o GEO até como parte do SEO, já que grande parte dos esforços de SEO são voltados para tornar seu site mais amigável para a indexação, e portanto também funcionam para a citação das IAs.
A questão principal é que o objetivo do SEO é indexar um texto em boas posições na SERP. Essas posições do topo são as principais referências da IA quando ela vai elaborar uma resposta.
Então, fazer um bom trabalho de SEO é um pré-requisito para começar um bom trabalho de GEO.
Esse ponto é importante de entender porque ele responde algumas das principais dúvidas sobre o SEO x GEO. Algumas delas:
- O SEO morreu? — Nem de longe. Sem o SEO, a IA não tem como encontrar o seu site, e não vai citá-lo;
- O GEO vai substituir o SEO? — Difícil dizer. Na verdade, como vamos ver ao longo do texto, o GEO é o SEO com uma preocupação extra: a citação por IAs;
- É hora de parar de investir em tráfego orgânico? — Essa é a pergunta de um milhão de dólares. O tráfego orgânico está caindo em todos os segmentos, e pelo mundo todo. Porém, o conteúdo produzido como parte da estratégia orgânica é extremamente útil para as IAs.
Fique com essas dúvidas na cabeça. Vamos tratar de todas elas ao longo do texto.
Por enquanto, vamos seguir nos pré-requisitos básicos para começar a fazer um bom trabalho de GEO.
SEO técnico
O GEO tem como base hoje a estrutura do seu site, que é e sempre foi ditada pelo SEO.
Aliás, um ponto interessante. Conforme as IAs vão sendo usadas como motores de busca — e conforme os motores de busca implementam a IA, como anunciado no Google I/O — elas vão ficando cada vez mais relacionadas ao SEO.
Ou seja: os esforços de SEO técnico para a indexação no Google são os mesmos desprendidos para as citações pela IA.
Em poucas palavras: se você faz SEO técnico, você também está avançando no trabalho de indexação pelas IAs.
Mas quais são os principais pontos a trabalhar no SEO técnico? E será que há alguma diferença em relação às IAs?
Os pontos de otimização são vários e não vamos conseguir colocar todos aqui nesse tópico. Temos um texto que trata de todos aqui no blog, que está linkado logo abaixo.
➡️ Leia também: SEO técnico para IA — ajustes avançados de SEM e SEO
Mas os principais pontos que ele aborda são os seguintes:
- Ferramentas de crawlability, como o Screaming Frog, para uma boa auditoria SEO;
- Determinação da arquitetura do site;
- Configuração correta do robots.txt;
- Configuração completa de URLs (DevTools, index e no-index, tags canônicas etc;
- Dados estruturados (continua bastante importante);
Para além do SEO técnico, algumas marcas estão começando a implementar um outro tipo de documentação para facilitar a leitura do site pelas IAs: o llms.txt.
Esse documento, embora não garanta a indexação (assim como o próprio SEO não garante) é importante para aumentar suas chances de ser citado.
Ele ainda está em processo de testes, mas vale a pena implementá-lo. No nosso artigo sobre o tema, trazemos até alguns exemplos de outros sites para te inspirar.
➡️ Entendendo melhor o llms.txt e o rankeamento nas IAs
Conteúdo
O conteúdo é uma das principais formas de aumentar suas menções nas IAs.
Produzir conteúdo sempre foi importante para o SEO, mas agora, com a queda no tráfego orgânico, muitas marcas estão deixando esse trabalho de lado.
Não é o momento para deixar de investir em conteúdo. Precisamos nos lembrar que as buscas feitas na IA, ou respondidas pela IA no caso do Google, dependem de conteúdo.
E essas buscas nem sempre são de Fundo de Funil. No Google, a maior parte das pesquisas é de Topo de Funil — isso segundo o Ahrefs, o SemRush e o próprio Google.
Embora conteúdo Topo de Funil não seja feito para vender diretamente — ele é mais conhecido por gerar leads — ainda assim é importante produzir conteúdo sobre seu segmento e mercado para que as IAs tenham mais informações sobre ele.
Ou seja: é preciso educar as IAs para que elas eduquem os usuários. É a mesma estratégia de marketing de conteúdo, mas com um passo extra para o profissional, e um passo a menos (o clique) para o usuário.
E mesmo no mundo do Fundo e Meio de Funil. Lembra daqueles posts que são grandes listas de ferramentas para determinadas funções?
Pois é: se ele for de qualidade e estiver no topo do Google, a IA vai citá-lo. E se sua marca estiver presente no conteúdo, ela vai aparecer nas IAs.
A verdade é que além de estar muito cedo para abandonar completamente o SEO, ele também tem efeitos diretos no GEO.

O GEO opera principalmente na estrutura do conteúdo
Então tudo certo: conversamos sobre os pontos mais básicos de GEO para considerar, e percebemos que ele não é tão diferente assim do SEO, não é?
Na verdade, SEO e GEO têm muito mais similaridades do que diferenças.
O que há de mais discrepante entre as duas é na forma com que o conteúdo se apresenta. O GEO assume agora, na alvorada da IA como motores de busca, o papel que o SEO tinha como “editor obrigatório” de conteúdo.
Ou seja, o GEO define o formato ideal para que os motores generativos consigam interpretar e reaproveitar sua estrutura como resposta.
Nos primórdios do conteúdo digital para a internet, o SEO ditava como o conteúdo deveria ser.
Ou seja: você precisava seguir uma série de regrinhas que o Google reforçava constantemente para conseguir boas posições.
Regrinhas como a necessidade de saltar parágrafos pequenos. De colocar muitos pontos e poucas vírgulas. De inserção de bullet points, hierarquia de headings, densidade de palavras-chave etc.
Conforme o Google foi evoluindo — evolução essa que culminou no E extra do E-E-A-T — esses pontos deixaram de ser critérios diretos de ranqueamento, embora continuem como boas práticas para a leitura, a experiência do usuário e a conversão.
Nas IAs é um pouco diferente. É necessário sim ter uma estrutura que facilite a leitura do conteúdo pelas IAs. Entendê-los, porém, é fácil: é só ver como as IAs geram as suas respostas e tentar estruturar seu conteúdo de forma similar.
Logo abaixo, vamos conversar melhor sobre as principais questões estruturais do seu conteúdo — lembrando: é conteúdo no site inteiro. Home, blog, produtos, serviços, páginas de categoria etc.
E não é só isso. Também vamos conversar sobre outros pontos, como a inserção de autoridade, data points etc. no tópico logo abaixo.
Fazendo GEO na prática: ajustes de conteúdo

Como conversamos, o GEO tem preocupações bem grandes com a estrutura do conteúdo. Essas preocupações, porém, não ficam apenas na estrutura clássica que estamos acostumados a ver.
Elas se apresentam também de outras formas mais holísticas e menos “travadas” por assim dizer.
Aqui nesse tópico, vamos listar os principais ajustes de conteúdo com foco em indexação na GEO. Vamos dividir em algumas grandes categorias:
- Estrutura do texto: boa configuração dos headings, código HTML limpo, todo o trabalho de SEO técnico feito previamente, bullet points, coesão e coerência;
- Relevância do assunto e autoridade: busca por pautas atuais e relatáveis com o que vem acontecendo no mundo hoje, além de referenciação direta a reportagens, notícias etc.
- Inclusão de data points: na mesma pegada jornalística do ponto anterior, mas com uma necessidade diferente — é fundamental incluir dados reais, sendo que a prioridade é inseri-los como texto.
Vamos expandir um pouco mais sobre esses conceitos logo abaixo:
Estrutura do texto
Esse é o pilar básico tanto no SEO quanto no GEO. A diferença é que, no caso dos motores generativos, a estrutura serve não só para leitura humana, mas também para facilitar a “interpretação” do conteúdo pelas LLMs.
A hierarquia correta de headings (com H1, H2, H3...) ajuda a delimitar claramente os blocos de informação, algo essencial para que a IA compreenda o escopo de cada seção e selecione trechos com mais precisão.
Além disso, é necessário garantir que o código HTML seja limpo, sem excessos de scripts, tags duplicadas ou estruturas fragmentadas — o que pode atrapalhar a leitura do conteúdo por crawlers baseados em IA.
Outro ponto relevante é a presença de elementos como bullet points, tabelas e listas numeradas, que facilitam a conversão de conteúdo em resposta direta.
E, claro, a coesão e a coerência textual continuam indispensáveis: um texto que muda de assunto bruscamente ou não fecha bem os argumentos tende a ser descartado por modelos que priorizam clareza narrativa.
Relevância do assunto e autoridade
Os motores generativos valorizam conteúdos que estejam em sintonia com o que está acontecendo no mundo real.
Isso significa que pautas genéricas ou descontextualizadas têm menos chance de serem priorizadas.
O ideal é que o conteúdo esteja ancorado em eventos recentes, tendências, comportamentos e debates contemporâneos — e, sempre que possível, cite fontes reconhecidas.
Mais do que isso: é preciso mostrar ao modelo que aquele conteúdo tem uma visão posicionada e fundamentada.
Um jeito eficaz de fazer isso é referenciar explicitamente reportagens, matérias jornalísticas, entrevistas e publicações de terceiros com autoridade.
Esse tipo de linkagem não só aumenta a credibilidade do conteúdo, como também cria uma ponte entre o seu texto e outros documentos que provavelmente já fazem parte do corpus de treinamento da IA. Isso ajuda no mapeamento temático e favorece a indexação.
Inclusão de data points
O uso de dados reais não é mais um diferencial — é requisito. Em vez de falar em termos vagos (“a maioria das empresas...”), é melhor ancorar as afirmações com números concretos, preferencialmente acompanhados da data e da fonte.
Um detalhe importante: no contexto do GEO, esses dados precisam estar no corpo do texto, e não apenas em gráficos ou imagens.
Os motores de IA têm dificuldades em ler dados visuais, especialmente se não forem acompanhados de uma descrição textual.
Então, se o conteúdo mostra uma tabela de resultados, o ideal é que logo abaixo ou ao lado haja uma explicação com os números descritos em texto corrido.
Além disso, sempre que possível, use datas absolutas (“em junho de 2024”) em vez de relativas (“no mês passado”). Isso evita ambiguidade e garante que o conteúdo continue indexável mesmo meses depois da publicação.
Se preparando para o futuro da search
Muitos dos artigos de opinião sobre a IA e a estratégia zero-click do Google são um pouco alarmistas.
Não que se alarmar seja algo necessariamente ruim nos tempos que vivemos hoje. Na verdade, nós só precisamos ter essas conversas sobre GEO justamente por causa da estratégia zero-click do Google.
Essa estratégia, como você deve ter entendido até aqui, quer manter as pessoas no próprio Google. O AI Overviews, que entrega um resumo das respostas prontas, foi o primeiro passo do Google.
O AI Mode, que é o segundo passo, parece ser mais amigável para as marcas — as menções ocorrem em 90% dos resultados, e o número de links é maior até do que nas SERPs — 20 em média, entre citações e links nos snippets.
A questão central é que não está na hora de mudar sua estratégia de SEO, muito menos de substituí-la por outros formatos.
Esse é o momento de testar outros formatos de campanha? Sempre é. Mas não é hora de deixar o SEO de lado e se arriscar a perder a batalha por cliques na era da IA.

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